Os melhores Americanos ainda não nasceram
Estes esperam pacientemente pela morte do passado
Por favor, dê sangue
Essas tábuas foram-se desintegrando ao compartilhar uma história com uma sarça ardente
Onde está aquela voz no vazio para lembrar-nos que o solo sagrado sobre o qual caminhamos,purificado pelo sangue dos nativos,possui árvores enraizadas cujas folhas que caem dão cor e sabor a uma lista de exigências proféticas
Quem entre nós pode dar a tradução dos tons outonais para as notícias da manhã?
O Homem da âncora lançado ao mar está simplesmente enraizado nas histórias de repetição dos ciclos.
Uma nação em seus anos de tristeza que não quer reconhecer o karma
Onde está a voz do nada, aquela que os teus profetas falaram?
Há vozes de medo desconectados de seus diafragmas, penduradas em dentes cobertos de manchas de café derramado nos nossos colos queimando as partes intímas
Há vozes dos lados do pescoço, alguns já enforcados, particípios que bamboleiam, pronomes correndo para a sentença servos em recantos de escritório e recantos do guetto, as vozes são as mesmas
Mortos para si mesmos, dormentes perante a possibilidade da verdade existente que pode ser agarrada na palma da mão, ponto final.
Há vozes de anciãos, que parecem não fazer mais do que amaldiçoar-nos à infantilidade
Porque em muitos lares, a sabedoria já não vem com a idade
Então onde está a voz do nada, a sarça ardente, a pomba que passa?
Eu ouço as vozes dos generais clamando por munições, os presidentes clamando por armas, Mulheres clamando por ajuda
Onde está a voz do nada, o Deus de Abraão?
Pode este ser ouvido sobre o tiroteio, zumbido dos mísseis, a queda de edifícios, os gritos das crianças, o estalar dos ossos, o grito das sirenes?
Ou será que esta é a sua voz poderosa ?
O vosso Deus irritado clamando o sacrifício das gerações precoces, filhos degenerados
Os vossos livros sagrados escritos a tinta vermelha em areias escaldantas
As vossas orações por entre as salvas de disparos não fazem mais do que apressar o destino dos vossos filhos à verdade martelada do vosso gatilho
Uma verdade em forma de cogumelo que projecta sombra sobre nós
Para que nós assim também testemunhemos o destino de curta duração de uma civilização que adora um deus do sexo masculino
As tuas armas são fálicas, todas elas
Esse boneco que repousa no teu colo já não é mais um espectáculo merecedor de ser visto
A sua face pálida e mirrada deixa pouco espaço para a imaginação
Apercebemo-nos dos seus lábios em movimento e topámos a origem da sua voz, a sua fonte
É uma fonte de loucura
É uma fonte de fome, de poder
Uma fonte de fraqueza
Uma fonte de mal
Abandonámos o vosso coliseu e cercámos as bilheteiras
E EXIGIMOS as nossas famílias de volta
As nossas culturas de volta
Os nossos rituais de volta,
Os nossos deuses de volta, para que possamos devolvê-los à sua fonte adequada
A fonte da vida, a fonte da criação, o útero da nossa mãe, a grande deusa
Vamos cortar o arame farpado e os cintos de castidade
Vamos subir e incubar os nossos espíritos para o inverno
Vamos esperar pelo fim do degenerado curso da vossa história repetida
Vamos esperar que o passado morra.
Poem : Bloodletting by Saul Williams
Portuguese Translation : BB
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hhhmmm...mt interessante, mas cheio de crises existenciais..
ResponderEliminarbeijinh
Xaninha
ResponderEliminarCrises existênciais minhas ou dele,lol ?
Acho que de ambos pois reconheço muitos dos meus pensamentos nesta poesia.
Esta é basicamente uma poesia que é um manifesto anti guerra e anti violencia.
Eu pessoalmente gosto.
Beijos e obrigado.