Poema da treta / homenagem a António Feio (1954-2010)

Poema da treta / homenagem a António Feio (1954-2010)

Tanta falta faz um Feio

Fazem alarde ao que é belo

Os meios de comunicação

Poucos reconhecem no meio

Toda a beleza do Feio

Aquela graça sem fim

Tanta falta faz um Feio

Pois foi com riso sincero

Que ouvi a sapiência

Do que dizia Molero

E o amor ao Teatro

Nasceu dentro de mim

E as saudades da peta

De uma conversa da treta

Ó Camandro,Ó Catano,Ó Caneco

Nem quero saber se peco

Ao lembrar as bebedeiras

Desses risos,desse eco

Porque a gargalhada

Quer-se bem tirada

Assim como a cerveja

Quer-se _Fresca, viva, jovial

E pode tornar-se vicio

Um vicío assim faz mal ?

Tanta falta faz um Feio

Num mundo fraco e febril

Onde a doença imbecil

Não levou somente um

Mas um que representou mil

Tanta falta faz um Feio

Nesta terra de ilusões

Pois um Feio franco e forte

Sem medos riu-se da sorte

E para nos fazer rir

Até fez humor com a morte

Tanta falta faz um Feio

Faltam pessoas assim

Que apesar de despesas

Doença, contrariedades, tristezas

Sobem ao palco da vida

E brilham até ao fim.

Adeus António Feio

Obrigado pelas gargalhadas.

BB